30 de junho de 2014

Obesidade - Doenças Associadas

Obesidade Doenças

Diabetes, doenças cardiovasculares, osteoartrose, varizes são apenas algumas das muitas doenças associadas à obesidade.


Síndrome Metabólica
1. Síndrome Metabólica
A síndrome metabólica (SM) representa um grupo de fatores de risco cardiometabólico  que incluem a obesidade abdominal combinada co m a elevação da pressão arterial, glicemia de  jejum e triglicerídeos, e redução do nível de colesterol HDL. A presença de SM está associada a  um risco aumentado de eventos cardiovasculares e mortalidade. 



Diabetes tipo 2
1a. Diabetes tipo 2
A perda de peso a longo prazo reduz o risco  de DM2, como classicamente demonstrado  no estudo  Diabetes Prevention Program  (DPP). Além disso, a perda de peso tem o potencial de  melhorar o controle do DM2.






Doença Cardiovascular
1.b. Doença Cardiovascular
A obesidade é fator de risco independente para DCV, incluindo DAC, infarto do  miocárdio (IM), angina, insuficiência cardíaca  congestiva (ICC), acidente vascular cerebral,  hipertensão e fibrilação atrial. Estudo recente  com mais de 37 mil adolescentes mostrou que  aqueles com um IMC maior, mesmo dentro da faixa de normalidade, apresentam maior risco de  DAC na vida adulta. 
Estudos comprovam que para cada 5 unidades a mais no IMC, o riso de fibrilação atrial aumenta em 4%.

Doenças Respiratórias
2. Doenças Respiratórias
A apneia obstrutiva do sono compreende episódios de obstrução total (apneia) ou  parcial (hipopneia) da via aérea durante o sono,  sendo o sobrepeso um importante fator de risco  para essa condição. Um aumento de peso de 10% em 4 anos está associado a um aumento de  seis vezes no risco de desenvolver a síndrome  da apneia obstrutiva do sono (SAOS). Além  disso, estudos epidemiológicos prospectivos  demonstraram que doenças do sono predispõem à  obesidade. 

Doenças da vesícula biliar
3. Doenças do Trato Digestório  
3.a. Doenças da vesícula biliar
Globalmente, 25%  dos dias de hospitalização por doenças da  vesícula biliar são atribuídos à obesidade. Em estudo do  Health Professionals Follow-up Study,  Homens com IMC  ≥ 28,5 kg/m² apresentaram um risco 2,49 vezes  maior de desenvolver cálculos biliares comparados com homens com IMC normal (< 22,2  kg/m²).

Pancreatite aguda
3.b. Pancreatite aguda
A pancreatite aguda está intimamente associada à obesidade e uma série de estudos tem  mostrado que a obesidade aumenta a gravidade e a mortalidade por pancreatite aguda. A obesidade aumenta o risco de pancreatite aguda  grave 2,9 vezes. Entre pacientes obesos,  observa-se um risco 2,3 vezes maior de complicações sistêmicas e 3,8 vezes maior de complicações locais; além da mortalidade ser 2,1 vezes maior. 

Esteatose Hepática
3.4. Esteatose Hepática
Doença hepática gordurosa não alcoólica compreende esteatose e esteato-hepatite, mas também cirrose e hepatocarcinoma. Está associada à obesidade, dislipidemia, hipertensão e  resistência à insulina, os componentes da síndrome metabólica, que aumentam o risco cardiovascular. Ela afeta  entre 15% e 30% da população em geral, e tem uma prevalência de cerca de 70% em pessoas com diabetes tipo 2.  
Estudos mostraram que a perda de 60% do excesso de peso, após cirurgia bariátrica, leva à resolução de 84% de esteatose e 75% de fibrose em pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica.

Doenças Psiquiátricas
4. Doenças Psiquiátricas
Uma associação entre obesidade e transtorno depressivo maior foi reconhecida há muito tempo.  A prevalência de obesidade é mais que o dobro em pacientes com transtorno depressivo moderado ou grave: 25,4% (para IMC normal) vs. 57,8% (IMC >35kgm²).



Câncer
5. Câncer
Entre pessoas com um IMC de  40 kg/m², a mortalidade por todas as causas de câncer é 52% maior nos homens e 62% maior em mulheres do que entre aqueles com um IMC normal. O IMC também é significativamente  associado à maior taxa de morte por câncer de esôfago, cólon e reto, fígado, vesícula, pâncreasrim, linfoma não Hodgkin e mieloma múltiplo.
Em estudo com 70 mil  homens, o risco de câncer de próstata de alto grau não metastático e metastático foi aumentado  com a obesidade (1,2 e 1,5 vezes, respectivamen te), e o risco de câncer de alto grau não  metastático foi reduzido para 0,58 com  perda de peso superior a 5 kg.  
Osteoartrose
6. Osteoartrose
A obesidade está fortemente relacionada  a um risco aumentado de osteoartrose do joelho e a  uma associação moderada com osteoartrose do quadril.  A presença de osteoartrose realça a capacidade da obesidade promover outras  doenças em vários órgãos e sistemas, indicando que a obesidade é uma condição patológica e  quase sempre associada a outras doenças  secundárias, sejam metabólicas ou não. 
No Framingham Heart Study, o risco de OA foi  aumentado em 1,6 vezes para cada 5 unidades de aumento do IMC. 

Doença do Refluxo Gastroesofágico
7. Doença do Refluxo Gastroesofágico
Segundo estudo da Norwegian University of Science and Technology in Levanger, na Noruega, conforme a obesidade cresce, aumentam também os índices de refluxo ácido, também chamado de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). O DRGE é um dos fatores de risco do câncer de esôfago. Os resultados aparecem no periódico Gut, do British Medical Journal.




Asma Brônquica
8. Asma Brônquica
A prevalência de asma em adultos obesos, mostrou-se elevada, com predomínio no sexo feminino e com manifestação inicial dos sintomas de asma na infância/adolescência.




Insuficiência Renal Crônica
9. Insuficiência Renal Crônica
A obesidade cursa com alterações hemodinâmicas renais caracterizadas por aumento do fluxo plasmático renal, hiperfiltração glomerular e retenção salina. A estas alterações, frequentemente, se superpõem co-morbidades como o diabete melito e a hipertensão arterial, consideradas duas das causas mais frequentes de Doença Renal Crônica.





Infertilidade
10. Infertilidade
Pesquisas também comprovam que homens acima do peso possuem um índice maior de fragmentação do DNA do espermatozoide, o que gera falhas na fertilização. A integridade do DNA espermático é importante para o sucesso da fertilização e para o desenvolvimento embrionário normal.






Disfunção Erétil
11. Disfunção Erétil
Uma pesquisa incluiu 409 homens com idade média de 40 anos, conclui que daqueles que possuem maior circunferência abdominal, 74,5% relatam ter disfunção erétil. Aqueles com 101 cm de cintura também apresentaram maiores problemas com ejaculação precoce. 





Síndrome dos Ovários Policísticos
12. Síndrome dos Ovários Policísticos
O hiperandrogenismo no sexo feminino pode ocasionar quadro clínico de severidade variável, incluindo aumento de pelos devido a taxa hormonal masculina alta, puberdade precoce, seborréia, síndrome metabólica e disfunção psicológica entre outros sintomas. 
  





Síndrome dos Ovários Policísticos
12. Varizes
O obeso apresenta um aumento no volume interno abdominal, principalmente por acúmulo de gordura entre os órgãos. Isso acaba gerando uma compressão das estruturas intra-abdominais, incluindo a VEIA CAVA e as veias ilíacas - caminho por onde o sangue volta para o coração. Essa compressão dificulta a volta do sangue, que fica estagnado nas veias das pernas, aumentando a sua dilatação e piorando as varizes e seus sintomas. Também o acumulo de gordura e a fibrose no subcutâneo (embaixo da pele) prejudica a rede venosa, dificulta a drenagem e promove a estase.

Doença Hemorroidária
13. Doença Hemorroidária
Assim como nas varizes, a obesidade pode ser um fator de aumento da pressão veia retal.









Pseudo Tumor Cerebral
14. Pseudo Tumor Cerebral
Pseudotumor cerebral, ou hipertensão intracraniana idiopática. Esta doença ocorre quando há uma maior pressão do sistema de líquidos de dentro do crânio, sem haver um tumor ou outro aumento das cavidades do cérebro, ou outra causa anatômica que possam explicar tal fato. Os sinais e sintomas mais frequentes de pseudotumor cerebral são a dor de cabeça progressiva e que não passa, geralmente com piora ao longo dos dias, náuseas, vômitos, piora da cefaleia quando deita, e o sintoma mais temido do pseudotumor é relacionado à visão.

Disfunção Cognitiva
15. Disfunção Cognitiva
A obesidade tem sido associada com declínio cognitivo, caracterizada por uma deterioração das habilidades mentais que envolvem a memória, a linguagem, e a velocidade de processamento de pensamento.
Mortalidade
16. Mortalidade
O resultado da presença de doenças associadas à obesidade é o aumento da  mortalidade. Comparadas com as mulheres magras (IMC 18,5 a 22,9 kg/m²), as mulheres obesas  (IMC > 30 kg/m²)  têm 79% menos chances de sobrevivência saudável.











Dr. Audie Nathaniel Momm - Médico
Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos



Referências:

Doenças Desencadeadas ou Agravadas pela Obesidade - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica – ABESO , por  Dra. Maria Edna de Melo .

Melo SMD, Melo VA, Filho SM, Júnior AJA. Prevalência e gravidade de asma brônquica em adultos obesos com indicação de cirurgia bariátrica. J Bras Pneumol. 2011;37(3):326-333 

Mancini MC. Obesidade e Doenças Associadas. In: Mancini MC, Geloneze B, Salles JEN, Lima JG, Carra  MK. Tratado de Obesidade. Itapev i: AC Farmacêutica. 2010; 253--264.  

Tirosh A, et al. Adolescent BMI Trajectory and Risk  of Diabetes versus Corona ry Disease. N Eng J Med.  2011. 364(14),1315-1325. 


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...