Quando combinados, os hábitos saudáveis, como exercícios aeróbicos, exercícios de força e alimentação têm impacto positivo sobre a Síndrome Metabólica. Treinamento de Força isoladamente não diminui o risco cardiovascular.
O que é Síndrome Metabólica?
Síndrome Metabólica é caracterizada pelo conjunto de doenças que têm como base a resistência insulínica.
A resistência à insulina é uma condição em que o corpo não pode utilizar a sua insulina adequadamente. A insulina é um hormônio que ajuda a mover o açúcar do sangue para as células onde é usado para a energia.
A resistência à insulina pode levar a níveis elevados de açúcar no
sangue, e está intimamente ligada ao sobrepeso e à obesidade.
Para se diagnosticar um paciente como tendo Síndrome Metabólica, é necessário apresentar ao menos 3 destes 5 fatores:
- Obesidade central - circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem;
- Hipertensão Arterial - pressão arterial sistólica > 130 e/ou pressão arterial diatólica > 85 mmHg;
- Glicemia alterada (glicemia >110 mg/dl) ou diagnóstico de Diabetes;
- Triglicerídeos > 150 mg/dl;
- HDL colesterol < 40 mg/dl em homens e <50 mg/dl em mulheres
O risco de doença cardíaca, diabetes e AVC aumenta com o número de fatores de risco metabólicos que se tem. A Síndrome Metabólica está intimamente ligada ao sobrepeso e obesidade e à falta de atividade física. É uma doença que está relacionada a diversas doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e maior probabilidade de mortalidade.
O Treinamento de Força compreende um método de exercício físico que usa o aumento progressivo de cargas de resistência, como também diferentes modelos e métodos de treinamento. Tem sido recomendado em diversas faixas etárias e como parte de programas de atividade física. Diversos estudos sinalizam a associação da força muscular à diminuição da resistência à insulina, bem como obesidade, pressão arterial e, consequentemente, Síndrome Metabólica.
Treinamento de Força e Síndrome Metabólica
Devido aos efeitos positivos do exercício de força sobre o metabolismo em geral, era de se esperar um efeito benéfico sobre todas as características da Síndrome Metabólica. Realmente alguns pesquisadores concluíram que o treinamento de força, durante uma única sessão, já é capaz de reduzir a pressão arterial durante 24 horas em mulheres com sobrepeso e obesidade. Os autores relataram que o Treinamento de Força diminuiu a circunferência abdominal, aumentou a força muscular e melhorou a função endotelial.
Contudo, não foram observadas melhoras na pressão arterial, glicemia e lipidemia. Neste sentido, parece haver uma resistência metabólica aos efeitos benéficos que o Treinamento de Força comumente tem em indivíduos sadios. Outra linha de pesquisa, conclui que a não realização de exercícios aeróbicos em paralelo ao treinamento de força, seria a causa da limitada ou nenhuma diminuição nos biomarcadores cardiovasculares.
Conclusão
No desenvolvimento da Síndrome Metabólica, a força muscular está relacionada a diminuição do aparecimento da mesma. No entanto, o uso do Treinamento de Força isolado, após estabelecida a Síndrome Metabólica, tem pouco ou nenhum efeito na redução do risco cardiovascular.
Dr. Audie Nathaniel Momm - Médico
Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Referência
TIBANA, Ramires Alsamir; PRESTES, Jonato. Treinamento de Força e Síndrome Metabólica: uma revisão sistemática. Rev Bras Cardiol, v. 26, n. 1, p. 66-76, 2013.
SBBEM http://www.endocrino.org.br/sindrome-metabolica/