3 de novembro de 2016

O potencial inexplorado da creatina.

Além dos efeitos benéficos aos músculos, creatina também possui ação neuroprotetora e cardíaca, atuando no cérebro e coração.



A creatina é um suplemento esportivo bem conhecido para o sistema musculoesquelético, mas antes disso e menos conhecido, ela é um nutriente com uma considerável lista de benefícios para a saúde em geral. Naturalmente produzida pelo organismo a partir dos aminoácidos L-arginina, glicina e L-metionina (primariamente, nos rins e fígado), a creatina é metabolizada em fosfocreatina (PCr), sendo utilizada pelo cérebro, coração e músculos esqueléticos.

 

Há evidências demonstradas por estudos isolados sobre o benefício neuroprotetivo da creatina – um benefício ainda pouco conhecido do público. Pesquisadores em Nebraska (EUA) conduziram uma revisão da literatura existente para examinar o potencial de sua suplementação para modular doenças, bem como discutir potenciais mecanismos de sua ação neuroprotetiva ou imunomoduladora.

Seus resultados foram publicados em International Immunopharmacology. Citaram diversos estudos que usaram modelo animal e observaram que a suplementação oral de creatina promoveu “efeitos neuroprotetores em várias condições neurológicas, incluindo lesões cerebrais traumáticas, doenças de Huntington e Parkinson”. Dentre outras condições neurológicas analisadas extensivamente, o estudo de revisão analisou as propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes da creatina, bem como seus possíveis benefícios para o sistema imune.








“Importante observar o preço acessível da creatina, em comparação com a maioria dos agentes neuroprotetores e imunomoduladores”, 

relatam os pesquisadores. 

“É fundamental a execução de mais estudos em humanos para examinar as propriedades neuroprotetoras da creatina, projetados para que a dose que os participantes recebam seja equivalente a usada em estudos feitos em roedores.”





Destaques do estudo de revisão:

• A creatina aumenta a hiperresponsividade das vias aéreas em camundongos;
• A produção de mediadores solúveis, tais como IL-4, IL-5 e IL-6, é alterada pela suplementação de creatina;
• A expressão de ICAM-1, E-selectina e TLR é impactada pela exposição à creatina;
• Uma dose inadequada de creatina pode explicar a falha em ensaio clínico feito anteriormente em humanos.


Dr. Audie Nathaniel Momm - Médico
Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos







Referências:
  • RIESBERG, Lisa A. et al. Beyond muscles: The untapped potential of creatine. International Immunopharmacology, 2016.
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